[RP +18] You've awoken me, but you're choking me I was so obsessed

— Mesmo? Porque se te incomoda, eu vou ter que sugerir que você talvez devesse ter casado com alguém que já estivesse acostumada a esse seu rostinho. — sorriu, divertindo-se com a ideia de que ela podia falar com ele tão livremente quanto quisesse. Em partes, sempre acaba surpresa que Nagi a tratasse como igual. Porque ele era um príncipe no fim das contas. E ela, uma plebeia. — Mas na verdade, não quero que você tenha escolhido outra pessoa… mesmo. Gosto de estar casada com você bem mais do que pensei que gostaria.

Era verdade. Nagi era um de seus primeiros amigos de genuínos. E ela gostava de ser amiga do homem com quem estava casada.

— Mesmo?! Oh! Mas ainda parece bom estar só com a cabeça de fora da água quente! — ela sorriu largamente, olhando-o com atenção. — Obrigada — não sabia, com certeza, pelo que o estava agradecendo. Provavelmente, porque ele a fazia se sentir confortável o suficiente para não querer ficar triste por tanto tempo. Deveria ser por aquilo. E por ele sempre fazer suas vontades.

Aceitou que ele levasse a camisola, segurando na mão do mais velho com animação pouco contida. Andava na ponta dos pés, quase dando pequenos pulinhos no processo. Ela gostava de como sua mão se fazia confortável na dele, da palma quente e macia, os dedos esguios. — Mesmo? Você realmente não gosta muito da parte burocrática de ser príncipe, não é? Poderia ter se livrado se casasse com alguma nobre mais velha… — era verdade. Ele poderia ter se livrado. — Mas fico mesmo feliz que me escolheu.

Era a primeira vez que admitia em voz alta o que vinha pensando no último mês.

— Claro! Gosto de qualquer coisa que fazemos juntos — “porque gosto de você”, pensou. Mas não disse. Apenas o olhou com um sorriso largo o suficiente para alcançar seus olhos.

— Acho difícil que você não seja. Estou sempre… pensando em você de algum modo. — ela se sentia idiota, mas era verdade. — Gosto do seu sorriso. E da sua voz. E de dormir abraçada com você! — evitou olhar para ele, não queria ser pega olhando, já bastaria sentir o olhar dele sobre si. A fala dele, no entanto, a fez levantar a cabeça — Sabia nada! Você só me escolheu porque não queria uma chata! Mas e se tivesse errado? E se eu fosse chata? — riu baixinho, olhando-o nos olhos.

— Hm? Sei que vai dizer que não precisa. Mas acho que preciso sim… agradecer por você ser bom comigo… eu fico feliz em dizer que você não supre nenhuma das minhas expectativas. — riu com bom humor, esperava que ele soubesse que era um elogio. Porque ela não tinha expectativa alguma. Não positivas. Negativas, no entanto, ela tinha aos montes. Mas Nagi não supria nada… e ela gostava daquilo.

— Mas o que fará caso… precise ficar com a coroa? — mordeu a bochecha — Eu andei lendo… seus irmãos mais velhos… só dois deles podem subir ao trono, certo? — sussurrou, alisando as costas da mão do mais velho — Porque dois deles não podem ter filhos… então… bom, se eu não puder te dar um herdeiro, você pode me trocar. — ergueu a mão livre, um indicativo de que ele a deixasse terminar — Se eu pudesse garantir que consigo te curar depois, poderíamos fazer com que você não pudesse mais ter filhos… até que um dos seus irmãos sejam obrigados a subir ao trono. E, na verdade, talvez eu até possa. Nunca tentei curar infertilidade… estou pensando nisso há alguns dias… Vossa Alteza Sayaka adoraria a coroa, não é? — abaixou a mão. Estava dando para Nagi duas opções. Deixá-lo ferido para não poder ter filhos… ou tentar curar os irmãos dele. Havia percebido que a cunhada era gananciosa.

— Mas aí entra o fato de que sua irmã não me agrada. Ela é… gananciosa. E falando como uma mera plebeia… eu preferiria você no trono a ela. Eu poderia tentar com seu irmão… mas ela me pediria para tentar. E se eu me recusar, então o que? — soltou o ar pelo nariz. Havia ponderado bastante naquele último mês. — Acho que porque não falo muito, me passo por idiota e desatenta… mas não é verdade. Não quero que você sofra… e quero ser mãe. Se me esterelizar fosse o suficiente, poderiamos fazer… mas se a rainha decidir que você vai se casar com outra… você faria? Quer dizer. Sei que disse que não… mas você também não parece estar acostumado a ir contra o que ela quer. Está casado comigo, afinal.

Olhou para onde vinha o som de água corrente, pensando em tudo que havia despejado em Nagi. Havia pensado demais naquele último mês. Ela poderia ter a maturidade emocional de um bebê e parecer burra. Mas definitivamente não era.

Ela quis mesmo abraçar Nagi naquele momento, mas se contentou em apertar um pouco mais os dedos dele entre os seus, olhando-o com um sorriso largo estampado nos lábios. Por que amá-lo era tão fácil? Não seria ela a reclamar.

— Sabe que sim… mas estou mesmo feliz ao seu lado. — Achava que entre eles existia um acordo mútuo de não mentirem um para o outro. Ela sempre pensava em como Nagi parecia determinado em lhe dizer todas as verdades do mundo. Assim como ela estava sempre determinada em ser honesta com ele.

— Entendo. É uma pena, acho… espero que alguma de suas irmãs se case logo. Gosto delas — ponderou. Satsuki, Natsuki e Miharu eram boas pessoas. Ela não tinha tido tantas brechas para falar com os dois mais velhos. Mas Keitai e Sayaka… — Quanto mais penso nisso, mais me decido que não gosto deles — torceu o nariz brevemente. Keitai parecia irresponsável. Sayaka… ela já havia se expressado sobre. — Acho que no fim das contas, foi bom termos vindo para cá. Assim ninguém pode nos ouvir. — suspirou. Será que acabaria sem a cabeça se continuasse a falar o que pensava? Talvez. Por isso, escolhia bem onde e quando abrir a boca. No meio do mato parecia perfeito.

— Por que me quis é? — riu baixinho com o pensamento, um sorriso misto de malícia e curiosidade fazendo com que o canto esquerdo de seu lábio se levantasse — Não teve ninguém de quem você gostou antes? Uma das garotas no bordel? Ou seria escandaloso demais até mesmo para você? Hm… por que uma pessoa com nenhuma experiência ao invés de alguém com alguma experiência? — sua expressão mudou de curiosa para travessa — É algum fetiche estranho?

— Hm? — concordou e ficou na ponta dos pés,se encostando nele com um meio sorriso. — Você está cheirando a sal. Não é um cheiro que combine com você. — colocou a ponta da língua entre os dentes, tentando parar de pentelhá-lo um pouco. Mas acabou rindo ao pensar sobre. Será que ela também estava cheirando à sal. — Mas se você quiser arriscar a sair da linha de sucessão de vez… podemos tentar achar um meio de deixar você temporariamente infértil. Posso treinar mais… — fez um pequeno bico. Ela já havia cuidado de alguns acidentes graves, gravíssimos, no Instituto. Ficava doente, exausta, mas Nagi não precisava saber. Apostava que conseguiria curá-lo se tivesse a chance.

Mas a visão da água a fez parar. Contemplando por um momento. — Acho que vou deixar meu roupão estendido no chão. Pro caso de a gente resolver terminar o que começou…